Além dos jornalistas, é claro, um telejornal depende de todo um aparato técnico e logístico para que ele chegue na sua casa lindo e casado (ou não! rs). Técnicos de áudio, editores de imagem, cabomans, diretores de tv, operadores de tp, técnicos em informática e operadores de câmera trabalham juntos para que no final tudo dê certo.
A comunicação, aquela que os estudantes de jornalismo aprendem na faculdade, é (ou pelo menos deve ser) levada a sério, pois basta um erro do operador de TP e o jornalista lê a informação errada; um erro do operador de áudio e o apresentador não ouve as orientações do editor-chefe no Switcher. Um erro de gravação e o VT não entra no momento certo ou um coordenador de jornal desatento pode não mudar a ordem dos vts como solicitado pelo editor-chefe e o apresentador vai chamar a matéria errada para ir ao ar.
Para isso, explicarei aqui o que significa cada uma dessas particularidades para que você, leitor ou estudante, até mesmo profissional, saibam do que estou falando.
Primeiro, vamos aos termos e o que eles significam:
TP (ou tele-prompter): Esse objeto é de extrema importância para o apresentador do telejornal. É ali que ficam os textos escritos pelos repórteres, editados pelos editores de texto, corrigidos pelo editor-executivo e aprovados pelo editor-chefe. É o que o apresentador do telejornal vai ler. São, literalmente, as notícias. É esse aparelho que mostra o que vem a seguir.
Imagem: divulgação na internet. / A apresentadora pronta para entrar ao vivo no telejornal orienta-se pelo TP (teleprompter) à sua frente. |
Switcher: O switcher é de onde é transmitido o telejornal. Imaginem uma sala cheia de televisores, aparelhos de som, transmissores, gravadores... É uma verdadeira bagunça quando o jornal vai ao ar. Tentem pensar assim: você está num local com vários televisores, todos ligados em vários canais, enquanto você ouve os televisores dos canais e suas respectivas programações, tem o apresentador do telejornal (ou apresentadores) falando com o editor-chefe por transmissores, o coordenador do jornal gritando (literalmente!) as próximas matérias e mais uma dezenas de profissionais entre diretores de tv, operadores de TP, técnicos de som, de imagem. Tipo isso:
- Editor-chefe: "Gabi, (coordenadora do telejornal), sobe o vt 30 e derruba o 21".
- Gabi: "lauda 30 no lugar da 21!!"
- programação do canal 1: "agora vamos ao vivo até à Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, onde um incêndio destrói parte do Memorial da América Latina".
- programação do canal 2: "começa agora, o jornal da Band".
- programação do canal 3: "mais notícias, no jornal da Record, tenham todos uma boa noite"
- Operador de TP: "Neila, dá pra ler assim?"
- Editor-Chefe: "Essa rua fica na zona leste!! Depois disso, vamos com o helicóptero para a zona norte, onde há um assalto com reféns."
- Apresentadora: "Essa rua que eu tô mostrando pra vocês fica na Vila Matilde, zona leste de São Paulo. Agora vamos até a zona norte onde tem um assalto com reféns, é isso mesmo, Mônica?"
- Repórter do helicóptero: "É isso mesmo..."
Ficaram meio perdidos? Pois é, é bem assim, todos os dias, durante o telejornal. Adrenalina pura.
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Switcher durante o "SBT Notícias", crédito: Júnior Batista / Aqui a Gabi, coordenadora do telejornal e no computador o espelho do telejornal. Ali na frente, o diretor de TV e ao lado o Editor-Chefe. |
No estúdio, a apresentadora fica com as laudas nas mãos, lê o teleprompter, se comunica com o Editor-chefe e com os repórteres nos links ao vivo, além de passar isso tudo pra você com a maior naturalidade possível. Achou bizarro? Pois é, e tem gente, como eu, que ama isso tudo.
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Neila Medeiros, durante o antigo "SBT Notícias". |
No estúdio, a apresentadora tem ainda um televisor para acompanhar as reportagens (dá pra ver um pedaço dele no canto esquerdo da foto) e se ver. Dentro do estúdio, em alguns casos, como neste em que não há bancada, a apresentadora leva alguém (geralmente um estagiário) para segurar os textos para ela, ajudá-la durante o telejornal, pegar água... rs
Todos os dias, é basicamente assim que tecnicamente as coisas funcionam.
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